Brasil assume papel de protagonismo na COP-27

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Em novembro, a cidade costeira de Sharm el-Sheikh, no Egito, foi o cenário da 27ª Conferência das Partes (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas. Este evento global reuniu 90 Chefes de Estado, representantes de 190 países e aproximadamente 35 mil participantes, incluindo setor privado, povos indígenas, comunidades locais e sociedade civil. Juntos, compartilharam ideias e soluções, colaborando na construção de parcerias e coalizões entre as nações.

Ao fazer um balanço do evento, observa-se tanto avanços modestos quanto conquistas mais significativas. Houve, por um lado, frustração em relação à implementação do mecanismo do artigo 6, que facilita a troca de resultados de mitigação, incluindo carbono, para que os países alcancem suas metas nacionais de redução. Embora as definições tenham sido discutidas na COP anterior, avanços concretos na estruturação desse mecanismo foram adiados para futuras agendas. Por outro lado, a criação de um fundo destinado a compensar perdas e danos dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas foi uma iniciativa histórica e amplamente celebrada, pois o tema estava pendente por três décadas, sem sequer entrar nas discussões.

Ressaltando o protagonismo brasileiro, Rafael Tello, Diretor de Sustentabilidade da Ambipar, destaca a significativa participação do Brasil, com a segunda maior delegação e uma presença maciça das empresas do país na COP-27. Tello enfatiza que a iniciativa privada brasileira demonstrou um interesse e engajamento excepcionais nas metas de sustentabilidade, superando a média global, alimentando a expectativa de que o Brasil reassuma um papel de liderança global. Annie Groth, líder de Relações Institucionais da Biofílica Ambipar, destaca o compromisso de sua empresa na conservação dos biomas brasileiros por 15 anos, através do mercado voluntário de carbono.

Apesar do crescimento global do mercado voluntário de carbono em 30% desde 2017, Groth prevê um aumento mais expressivo com a adoção mais ampla de metas de neutralização por empresas ao redor do mundo. O Brasil lidera o mercado global de carbono voluntário, e avanços significativos são esperados na próxima COP, programada para novembro de 2023 nos Emirados Árabes Unidos.

Contudo, os desafios para o Brasil diferem de muitos países, uma vez que as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa são o desmatamento, a degradação florestal e as mudanças no uso do solo. Alcançar um cenário de desmatamento zero até 2030 na Mata Atlântica e na Amazônia resultaria em uma redução de 82% nas emissões brasileiras. Rafael Tello enfatiza a necessidade de um diálogo amplo e plural para transformar esse desafio em um ativo ambiental, econômico e social para o país.

O acordo de perdas e danos estabelecido durante a COP-27 destaca a crescente importância atribuída ao pilar social (o “S” na sigla ESG) na compreensão contemporânea da sustentabilidade. Annie Groth destaca que todos os projetos da Biofílica consideram as comunidades locais, reconhecendo que melhorar as condições de vida dessas pessoas deve ser um co-benefício fundamental da redução das emissões.

Sobre a Ambipar, pioneira em soluções ambientais, a empresa, fundada no Brasil em 1995, atua globalmente nos seis continentes. A empresa tem uma presença sólida em todo o território nacional, oferecendo soluções integradas para toda a cadeia de negócios. A Ambipar destaca seu papel em ajudar os clientes a acelerar seus processos e compromissos com a sustentabilidade, não apenas fornecendo ferramentas, mas também trabalhando com educação e conscientização para demonstrar a relevância disso, impulsionando a inovação, a geração de valor e a redução de riscos.

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